domingo, 6 de julho de 2014

Comprovação estatística: público nos estádios da Copa pertencem a uma elite.

“Quem odeia de barriga cheia é o rico.
Perfil do torcedor no Mineirão - jogo Brasil x Chile
O maior desafio enfrentado por aqueles que lutam, nas redes sociais, nos blogs, para desmontar as armadilhas da mídia, é justamente salvar o maior percentual possível de elementos da classe média do pesadelo mental e político em que vivem mergulhados.
O Brasil vive a sua melhor fase da sua história e a classe média, ao invés de se unir num pacto político para continuarmos transformando o país, vai se juntar aos mesmos bandidos da Casa Grande que nos saquearam durante séculos, que saquearam inclusive a ela, classe média brasileira, durante os anos neoliberais?
Ou a classe média tem saudades dos juros do cheque especial dos tempos de Armínio Fraga? Da gasolina aumentando até três vezes por mês? Da falta de perspectiva profissional de seus filhos?
A classe média tem saudades de ver engenheiros dirigindo ônibus, ou na fila para um emprego de gari?
A classe média tem saudades de um tempo em que milhões morriam de fome? De um tempo em que o governo não investia em infra-estrutura? Não construía portos, não expandia aeroportos, não construía novas hidrelétricas? Nada, nada, nada. Apenas privatizava o que já tínhamos, a preço vil, e ainda emprestando dinheiro público aos compradores.
Não estou fazendo nenhuma condenação à elite que adquiriu esses ingressos, e entendo a maior parte dela é formada por uma classe média que antes pensa como elite do que é realmente. Uma classe média que tem os preconceitos dos ricos, vota como os ricos, mas é uma das primeiras a se dar mal quando a direita assume o poder.
Uma classe média que não se assumiu como classe trabalhadora, mas que, como tal, deveria amar e identificar-se com os trabalhadores humildes, que construíram os estádios e que respondem, através de sua força de trabalho, por todo o bem estar de que eles desfrutam.
Não, essa classe média, por lavagem cerebral do andar de cima, fala e anda como se também pertencesse ao Olimpo dos milionários, certamente na suposição de que, agindo assim, terá um dia seu ingresso garantido em algum camarote vip no mundo encantado da Casa Grande.
Os números da pesquisa põem um ponto final na polêmica criada por Gilberto Carvalho, ao dizer que “não foi apenas elite que xingou Dilma”.
Se nos estádios em geral, o perfil sócio-econômico é extremamente elitista, na comparação com a renda do povo brasileiro, está evidente que este perfil era ainda mais acentuado no jogo de abertura, onde o ingresso era muito mais caro e muito mais difícil de obter. Apenas os “bem relacionados”, os “vips”, ou os dispostos a pagar pequenas fortunas, podiam estar ali.
Os pobres também estão insatisfeitos com a presidente, Gilberto, porque querem mais, muito mais. Talvez se o Itaquerão estivesse cheio de pobres, talvez também houvesse vaias à presidente. Ou melhor, provavelmente não. Os pobres estariam felizes, agradecidos pela oportunidade de estar ali.
Pobre tem ódio quando está de barriga vazia, quando está sem casa, quando um filho seu é assassinado.

“Não podemos responder o ódio com ódio.
Numa democracia, a guerra não é de combate, é de conquista. A luta é pelo esclarecimento, pela informação, pelo direito do cidadão de fazer suas escolhas políticas com base em dados concretos, e não em mentiras.
O período eleitoral deste ano será, mais que nunca, filosófico, socrático. A luta principal será a luta pela verdade, uma verdade que não está, definitivamente, nos editoriais dos jornalões.
Mas que, por outro lado, pode ser encontrada até mesmo na imprensa comercial, como vemos na pesquisa feita pela Folha, desde que a notícia seja temperada por um olhar crítico severo do leitor.

Pesquisa comprova hegemonia da elite nos estádios.

Belo texto no Tijolaço analisa e comprova, estatisticamente, que o público nos estádios da Copa pertencem a uma elite.
Confirmou-se estatisticamente uma coisa que a gente sabia, por ver na TV. E também por razões financeiras óbvias, relativas ao preço dos ingressos.
A enquete realizada e publicada no jornal pela Folha, faz um retrato do que significa o tal “padrão Fifa”.
Ou do que tem sido o mundo.
Tudo é ótimo, fantástico, maravilhoso, sensacional.
Para poucos.
Os 60 por cento com renda superior a dez salários mínimos no estádio são apenas 3% dos brasileiros na “vida real”.  Quase a metade deles, os que ganham acima de 20 salários-mínimos, não chegam a 1% dos brasileiros. Os números estão ao lado, se você duvidar.
Os negros, mulatos, os pardos só são maioria, entre os de camisa amarela, dentro das quatro linhas.
Nada mais do improviso, das arquibancadas de concreto, da multidão se espremendo numa festa de gritos e suores, nem do picolé que vinha rolando de mão em mão degraus acima ou abaixo, enquanto os trocados seguiam o caminho inverso (quando não era o pobre do sorveteiro quem vinha junto) daquele Mineirão de 150 mil lugares ou do Maracanã de 200 mil almas em transe.
Por maior que seja a saudade daqueles tempos que eu ainda tive a sorte de viver, o Brasil tornou-se uma sociedade de massas gigantescas e seria simples banzo pretender que tudo fosse como era.
Até porque aquele “Maracanã” inclusivo era mais uma atitude mental do que real,  porque o Brasil era, muito mais que hoje, um país de pouca ou nenhuma oportunidade para a imensa maioria, ainda que muitos tenham conseguido ascender nos anos 40 e 50, embora se tenham tomado, em 64, as devidas providências contra a petulância da patuleia de querer ter parte do seu país, mesmo na antiga geral.
A realidade é que a televisão é, agora, o Maracanã universal.
O nosso povo tem ódio ou raiva, sequer, de não poder estar ali, em massa. Um pouco de frustração, talvez, por não estar, aos gritos e paixões, transformando em feras esportivas os nossos jogadores, com a força do atavismo que Nélson Rodrigues definiu como o de se atirar à bola como quem se atira a um prato de comida.
Sérgio Porto, o Stanislau Ponte Preta, escreveu uma vez que não acredita em patriotismo do sujeito que só pensa em si. Nós temos uma elite que não tem fome, mas é “fominha”.
Por acaso algum deles recusou a oportunidade de estar ali com a lenga-lenga que, em lugar de Copa, poderiam ter feito uns 20 hospitais e uma centena de escolas, um nada neste país continental?
O povão não é recalcado, é sofrido.  E sabe transformar este sofrimento em força e alegria.
Está se lixando para o Neymar ganhar uma fortuna, desde que jogue bola como um moleque feliz.
Triste, em tudo isso, é que aquela parcela da elite – ou uma parte dela, sejamos justos – não entende que são as imensas massas deste país que lhe permitem viver os privilégios que tem de estar ali – e também não há nada de errado em estarem – fruindo a delícia de viver este momento de congraçamento mundial.
Se podemos amar os holandeses, os croatas, os costarriquenhos, até os argentinos, porque não podemos amar os brasileiros pobres e dar a eles o mesmo carinho e atenção que damos à Torre de Babel que nos visita?
Por que é que tanta gente rica, ou bem remediada, odeia quem lhe deu a chance de estar ali, olhando de perto, pertinho, aquilo que bilhões só vêem por uma tela?
Será assim tão difícil entender que é o povo brasileiro quem lhe trouxe a Copa, assim como é o povo brasileiro quem produz a riqueza de que fruem e que sua miopia acha que brota do nada, apenas por sua “capacidade inata”?
Quem acha que este país é “tudo de ruim” não pode mesmo gostar dele o suficiente para entender que é da massa que vem a força de qualquer grupo seleto, não o contrário.
Inclusive a que empurra os onze em campo.
O que talvez explique 20% de chilenos terem, em alguns momentos, gritado mais que 80% de brasileiros.
E porque 80% dos brasileiros que têm muito pouco, ao contrário deles, sejam capazes de dar, dar, dar a seu país muito mais do que recebem dele.

__Fontes: Blogs
Tijolaço: http://tijolaco.com.br/blog/?p=18812

Comunidade pobre ao redor do Castelão assistiu à 'elite' desfilar 

“O Castelão reflete o Brasil: uma arena moderna, de última geração, convivendo com uma das partes mais pobres de Fortaleza.” Advogado paulista, Marco Aurélio Purini

“Gritei porque não gosto dela e tem que ser agressivo mesmo”, assume Victor Hugo Batista de Araújo, 33 anos, empresário paulista, em Fortaleza ao fazer questão de dizer que foi um dos que ‘xingou’ Dilma no Itaquerão.

Arena Castelão – Fortaleza/Ceará
Eu fui ao Castelão, fiz questão de ir ver um jogo da Copa na minha cidade, era Holanda x México, pois queria ver e tirar minhas conclusões. Paguei (relativamente) caro, pois ingresso que custava R$440,00, comprei de terceiros por R$600,00. Queria deixar meu recado: #TôComDilma
e, foi o que fiz...
Tô no Castelão, tô com Brasil, tô com Dilma 
Jogo da Copa pelas oitavas: Holanda x México
Gláucia LIma

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