sexta-feira, 26 de outubro de 2012

BELCHIOR

Gláucia Lima - maio de 2017
em Havana, para o 1º de Maio 2017, tomei conhecimento de sua partida...
“Talvez eu morra jovem, alguma curva no caminho
Algum punhal de amor traído completará o meu destino
Meu bem, vem viver comigo, vem correr perigo, vem morrer comigo
Meu bem, meu bem, meu bem”
Belchior (26/10/1946 - 30/04/2017): suas composições de sua extensa bagagem musical contêm sucessos nacionais e reconhecimento do público e da crítica especializada, como combatente de ideias e sons, é conhecido por suas canções que falam de paz e conclamam pessoas para suas lutas sociais, dedilhando de maneira intimista em sua lira a sensualidade dos amores vividos.
BELCHIOR – Presente, Mestre!  
"Meu bem, o meu lugar é onde você quer que ele sejaNão quero o que a cabeça pensa Eu quero o que a alma desejaArco-íris, anjo rebeldeEu quero o corpo, tenho pressa de viver" https://www.facebook.com/images/emoji.php/v8/f78/1.5/16/1f3b6.png🎶 "Meu bem, mas quando a vida nos violentarPediremos ao bom Deus que nos ajudeFalaremos para a vidaVida, pisa devagar, meu coração, cuidado, é frágil"



Parabéns, Mestre! 
Quando sou convidada a entrar na sala do hoje Deputado Prof. Pinheiro (PT/CE), então secretário no Município de Fortaleza (logo depois veio a ser vice-governador, na 1ª gestão de Cid), sou surpreendida com a presença do querido ídolo Belchior.
            Muito tranquilo, com seu sorriso escondido por sob seu famoso e característico bigode, logo que soube que era cantora e professora de língua espanhola, surpreende-me e ainda mais alegra, seu convite de gravar canções suas que estava preparando, inéditas e versões de outras já conhecidas, em espanhol.
Ao ofertar-me um cartão de felicitações (era próximo dia das mães), ele aponta seu e-mail para que mantivéssemos contato. A vida, como sempre nos prega peças, ocorreu que nos perdemos... minha voz sumiu ou ele desapareceu? Não importa, este grande mestre da canção brasileira, merece todas as nossas homenagens, não só por seu aniversário, mas por sua história artística.
Por isso, faço coro com aqueles que pedem Belchior e todo o Pessoal do Ceará para inaugurar o Castelão, nada mais justo e merecido. 

#belchiornocastelão
Nome de Maestro, Antônio “Carlos Gomes” Belchior Fontenelle Fernandes, meia dúzia de nomes para designar este, a quem conhecemos apenas por Belchior, o Rei Mago, ou o Mago que foi dos primeiros nordestinos a reinar na MPB.
26 de outubro de 1946
Nascido em Sobral, cidade do interior do Ceará, em 26 de outubro de 1946, este grande compositor e cantor da música brasileira, tem uma voz marcante que o identifica. Cantador de feira e poeta repentista na infância no Ceará, estudou música coral e piano, teve no pai e na mãe, fortes influências musicais. Na família, tios poetas e boêmios também vinham a influenciar sua carreira. Foi até programador de rádio em Sobral, e da rádio também sofreu influências dos cantores tidos de rádio: Ângela Maria, Cauby Peixoto e Nora Ney.
Este, que se diz Apenas um Rapaz Latino Americano, muda-se para a capital cearense em 1962, onde estudou Filosofia e Humanidades. Em Fortaleza, chegou a cursar até o quarto ano de Medicina, mas abandona em 1971 para dedicar-se à carreira artística. Com outros jovens músicos e compositores como Ednardo, Fagner, Rodger Rogério, Teti e outros, passam a ser conhecidos como Pessoal do Ceará*.  
Fotografia 3 x 4
Quando, em 1971, muda-se para o Rio de Janeiro, sua canção Na Hora do Almoço vence o Festival Universitário da MPB, neste ano também estreia como cantor de disco gravando seu primeiro compacto.


Vai morar em São Paulo, onde compõe canções para filmes de curta metragem e trabalhos para teatro e televisão. Mucuripe, sua composição em parceria com Fagner, é gravada por Elis em 1972. Elis, aliás, grava e obtém grandes e marcantes sucessos com suas composições de protestos, a exemplo Como Nossos Pais, canções que atravessam gerações. Grava o primeiro LP em 1974 e em 1976, o segundo: Alucinação.
Consolida de vez sua carreira com grandes composições de sucessos como: Velha Roupa Colorida, também gravada por Elis; Paralelas, lançada por Vanusa, sucesso até hoje; e, Galos, Noites e Quintais, famosa também na voz de Jair Rodrigues.
canções de protesto, com forte apelo às lutas sociais
"Como Poe, poeta louco americano,
Eu pergunto ao passarinho: "Black bird, o que se faz?"
Haven never haven never haven
Black bird me responde
Tudo já ficou atras
Haven never haven never haven
Assum-preto me responde
O passado nunca mais"

Belchior: suas composições de sua extensa bagagem musical contêm sucessos nacionais e reconhecimento do público e da crítica especializada, como combatente de ideias e sons, é conhecido por suas canções que falam de paz e conclamam pessoas para suas lutas sociais, dedilhando de maneira intimista em sua lira a sensualidade dos amores vividos.
Atualmente tem mais de 300 composições gravadas por ele, vários outros artistas e inéditas. Poeta, apaixonado pela filosofia, se dedica também a pintura, desenho e caligrafia.
Discutindo sentimentos, perplexidades, contradições de uma geração, seus poemas revelam sólida formação intelectual, e intensa relação com a poesia. Trovador contemporâneo, registrando na primeira pessoa do verbo, vivências que traduz junto a colagens e citações de outros autores e literatos, presentes em sua obra, dando tonalidades ora poética, ora filosófica à sua obra.
"a certeza de que tenho coisas novas
coisas novas pra dizer
a minha história é ... talvez
é talvez igual a tua, jovem que desceu do norte
que no sul viveu na rua..."
Festejado pela crítica, com respaldo público de sucesso, muitas canções de Belchior são consideradas divisor de águas na Música Brasileira, entre melodias de aboios, lembranças nordestinas, leitura blues de Bob Dylan, e vivências próprias, que se refletem e se juntam de forma original em suas músicas.

Discografia Básica: Pessoal do Ceará - Ednardo, Amelinha, Belchior - 2002;
Auto Retrato - 1999;
Vício Elegante - 1998;
Um Concerto Bárbaro - 1995;
Baihuno - 1993;
Divina Comédia Humana - 1992;
Trilhas Sonoras - 1990;
Elogio da Loucura - 1988;
Melodrama - 1987;
Um Show - 10 Anos de Sucesso - 1986;
Cenas do Próximo Capítulo - 1984;
Paraíso - 1982;
Objeto Direto - 1980;
Era uma vez um homem e seu tempo - 1979;
Todos os Sentidos - 1978;
Coração Selvagem - 1977;
Alucinação - 1976;
Belchior - 1974.


Pessoal do Ceará: http://ednardo.art.br/materi30.htm
"Amar e Mudar as coisas me interessam mais..." 


O Belchior que a crítica vulgar não viu
Canções do compositor cearense debateram, desde os anos 1970, a alienação, as relações mercantis e a própria indústria cultural. Mas alguns procuram enquadrá-lo como apenas um rapaz romântico -  por Alberto Sartorelli - https://t.co/qeXoGpN4HQ - em Revista Instigada.

2 comentários:

  1. Grande Belchior! Fez fundo pra minha história...genial!

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  2. Só essa montagem dele com a blusa do Che Guevara que queimou... Belchior não comprou ideologias.

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